Capítulo 02 - Colocando as coisas velhas no lugar

 

Conforme fui crescendo,  papai Deyber foi sentindo que precisava mais do que uma simples babá para cuidar de mim. Uma figura feminina mais forte e experiente, dizia ele.  Então, fomos morar com a vó Mariana.
A casa da vovó ficava localizada entre dois rios; um deles ao lado da casa e o outro no final da rua,  margeado pelo centro comercial com muitas luzinhas acesas. Á noite, aquela  paisagem que me encantava. 

 Durante o dia, podíamos observar as barcas navegando rio abaixo, logo ali, na Paragem do Oleiro em Willow Greek.

 A casa era pequena, porem confortável, só que não!

- Então é aqui que vou dormir? Vó, o Papi ronda como um porco! – fui direto ao ponto

- Não Meg, não comece, você fala demais! A casa só tem 2 quartos, você sabe muito bem disso! – por que os pais sempre dizem primeiro NÃO?

 - Você pode dormir com a vovó, amor? - sugeriu a vóvis

Oh não, isso deve ser ainda pior, pensei. 

- Nada disso Mamãe, não é justo, a senhora está idosa, precisa de conforto - senti uma tempestade se aproximando

 - Ei moleque, tá me chamando de velha, é? - pronto, já arrumei confusão

- Não mamãe, eu não quis dizer isso...- desculpou-se papai

- É, não quis dizer mas disse, Papi - chamar a vovó de velha era...tipo...p-e-c-a-d-o 

 - Por que você não deixa esse quarto para a Meguinha e vai dormir no sofá? - não era bem isso que eu queria, eu precisava pensar rápido

- Pera, vamos com calma - interrompi o bate boca -  eu tenho uma ideia melhor, sigam-me que vou mostrar. 

- Mas aqui é o sótão, escuro e cheio de coisas velhas! – admirou-se papai ao subirmos a escada

- Sim, é também o  lugar onde eu gosto de brincar – eu amava aquele lugar

- hum..podemos reformar, vender essas coisas velhas e Meguinha terá um cantinho só dela – hahaha eu queria “coisas velhas” bem longe de mim, se possível no andar de baixo

- Parece bom, eu também terei privaciade em meu quarto – longe de mim, ele quis dizer

- Então, mãos à obra, pode começar a reforma filhão – ordenou vovó

- Dancei, o trabalho sobrou pra mim! Meg só me ferra! – reclamou papai

- Obrigada, vovó, eu te amo! – ela era tão cheirosa...

- Vai dar trabalho, mas será bom para mim ter um quarto sem a Meg falando e falando o tempo todo na minha orelha.

 - Menina danadinha! Eu sempre quis reformar aquele sótão!

- Ah isso vai ser divertido, com vovó do meu lado, o Papi nunca mais vai me dizer não!